Reflexão: ‘Coloquio sobre a metodologia da pesquisa em artes plásticas na universidade’ por Jean Lancri.

Jean Lancri abre sua ‘Modesta(s) proposições sobre as condições de uma pesquisa em Artes Plásticas na universidade’ falando sobre ‘o começo’.

Questão essa que ronda toda e qualquer mente pensante que se designa a fazer uma pesquisa em artes plástica.

Onde começar?

Como começar?

Por que começar?(...)

Essa é a grande questão. A mais ou menos um mês de aula de metodologia da pesquisa, posso dizer que já passei por tal questão... Mas não foi nenhum pouco fácil... Por vezes se torna tão complexa e tão complicada responder tal pergunta que cheguei mesmo ao ponto de colocar em mente a ultima questão apontada: Por que (pra que) começar?

Senti-me desestimulada a elaborar uma coisa que não sabia por onde começar, e se essa questão aparentemente tão simples de se resolver não conseguia sair da minha mente com uma resposta coerente, como então seria o restante do trabalho? Pois sem começo não tem meio e conseqüentemente não terá fim, se não tem começo, nem meio nem um possível fim, não tem trabalho nenhum... Nem obra, nem relatório, nem reflexões, nem inspirações, nem exposição, nem defesa, nem absolutamente nada...

Então a solução encontrada era olhar para o passado e Lancri cita Lévi-Strauss: ‘ todo começo encontra, mesmo que seja um recomeço’, e foi nesse recomeço que achei uma brecha para poder trilhar... Todos os bloquinhos, anotações, cadernos usados durante o curso até o presente momento foram garimpados. Os folheados um a um entrei em contato com (ótimas) idéias já a muito esquecidas, alguns certos exageros, (coisa de artista que deixa a mente viajar mais do que o vento pode levar) e foi em uma dessas idéias que o ‘EURECA’ saiu, me senti tão feliz... era por ali que eu deveria começar.... não pela obra (começo), não pelo relatório(fim?), mas sim pelo meio ... o meio que seria a chave para desenrolar o embaraço que estava na minha cabeça.

‘Do meio de uma prática, de uma vida, de um saber, de uma ignorância’.

E é ai que eu me enquadro.