Cartier-Bresson






Cartier-Bresson nasceu em Chanteloup, no departamento de Seine-et-Marne – França, em 22/08/1908. Ele foi concebido em Palermo, na Sicília – Itália, segundo biografia da Fundação Henri Cartier Bresson... Jovem, descobriu o universo das artes plásticas e tornou-se pintor e desenhista antes de completar 20 anos, influenciado pela arte abstrata, ambientes cubistas e certos aspectos do surrealismo. Ele estudou a arte com André Lhote...

Em uma viagem à África, aos 22 anos, comprou uma pequena câmera portátil da desconhecida marca Krauss, muito mais agradável do que as enormes câmeras-caixotes. Mas, ao retornar à França, em 1931, foi apresentado à mais famosa câmera alemã... “Acabava de descobrir a Leica, que se tornou uma extensão de meus olhos. Desde que a encontrei, jamais me separei dela”, disse certa vez...

Em 1931, Bresson tirou suas primeiras fotografias durante o período de um ano em que viveu na Etiópia. Depois, retornou à Europa e expôs em Madri, Espanha, e em Nova York, nos Estados Unidos.

Em 1932, inicia sua carreira fotográfica, tornando-se o mais influente fotojornalista de sua época, desenvolvendo um estilo definido como a busca pelo “momento decisivo” ou “instante decisivo”, isto é, pelo instante fugaz em que uma imagem se forma completamente em frente à câmera.

Para ele é o momento decisivo que expressa a essência de uma situação! Por isso, não realiza nenhum tipo de retoque ou manipulação das imagens. Torna-se o mais influente fotojornalista de sua época.

Bresson viaja ao México em 1933 em uma missão etnográfica. Depois ele viaja para os Estados Unidos e ingressa também no cinema... Especializou-se na fotografia em meados de 1930. Tornou-se fotógrafo do exército francês durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), tendo sido aprisionado em combate pelo exército alemão. Ele foi preso pelos nazistas e também participou da Resistência Francesa...

Bresson teve influência artística de André Kertész e entre os seguidores do seu estilo estão Robert Doisneau, Willy Ronis e Edouard Boubat. Certa vez, comparou-se a um pescador que tinha um peixe no fim da linha: “a coisa mais importante era abordar a presa de forma cautelosa e puxar no momento certo”. Ele está para a fotografia como Picasso está para a pintura.

Sua contribuição para a reportagem é inegável mas foi fotografando cenas cotidianas durante o período de 1930 a 1960 que sua fama se consolidou. Suas fotos podem não ser espetaculares, mas certamente são lindas e verdadeiras. Em seu livro “Os europeus”, adverte: “Os fotógrafos não fazem mais do que mostrar as agulhas do relógio, mas eles escolhem os seus instantes”.

Foi também repórter fotográfico da revista “Ce Soir”...

Depois da guerra, o fotógrafo passou cerca de um ano nos Estados Unidos e, após este período, fundou uma cooperativa de fotógrafos com Robert Capa, David Seymour (Chim), William Vandivert e George Rodger... Batizada de Magnum Photos, a agência Magnum foi fundada em 1947 e ainda, hoje, distribui reportagens fotográficas para publicações francesas e estrangeiras...

Em seguida, ele fotografou eventos como a morte de Gandhi, a China nos útimos meses do Kuomitang, o início da República Popular da China e a luta pela independência na Indonésia. Bresson voltou à Europa em 1952, já reconhecido. Mas, não ficou por muito tempo sem viajar. Ele foi à Índia, China, Japão e União Soviética nos anos seguintes...

Foi o primeiro fotógrafo da Europa Ocidental a obter permissão para visitar e documentar a Rússia comunista após a morte de Stalin, em 1954. Cinco anos depois, fotografou o décimo aniversário da Revolução Popular Chinesa, viajando pelas ruas de Pequim. Depois de 1974, ele se concentrou em desenhar e expor seus trabalhos.

Com o tempo, a Magnum foi incrementando seu quadro de profissionais, sempre impondo um rigorosíssimo processo de triagem. Em 1979, quando já contava com 25 associados, a agência acolheu o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. No entanto, os dois nunca trabalharam juntos, Bresson havia se afastado da Magnum treze anos antes, em 1966. Seu estilo influenciou inúmeros fotógrafos, especialmente na segunda metade do século XX, e ainda continuará a fazê-lo...

Tornou-se conhecido mundialmente por trabalhos publicados nas revistas Life e Paris-Match. Nunca publicou uma imagem em que houvesse recebido auxílio de flash ou que houvesse explicado ao modelo como se colocar diante da câmera. Sua linguagem e técnica vem servindo de inspiração à gerações de fotógrafos. “O papel do fotógrafo é documentar e para isso o necessário é uma câmera eficiente e intuição”. A frase reproduz facetas do pensamento de Bresson.



Fonte : Fotografia

Fundamentalmente, a convicção de que a fotografia deve documentar o mundo, retratar pedaços da realidade e, sem deixar de ser recorte, não pode mentir. Por isso, o fotógrafo é avesso às poses e fotos produzidas. O ato fotográfico deve se resumir à procura pelo momento ideal e ao rápido disparo do obturador, daí seu desprezo pelos equipamentos fotográficos muito sofisticados.

Seu arsenal é composto apenas por uma velha Leica, com uma única objetiva 50mm, e invariavelmente filmes preto&branco. Em 2000, estabeleceu a fundação que leva seu nome. O fotógrafo morreu em 02/08/2004, em Montjustin, Provença – na França.